Uma palavrinha sobre música


Apesar do louvor e da adoração não dependerem da música para serem praticados; a música desempenha um papel essencial dentro do nosso ministério. Na verdade, nosso ministério depende exclusivamente da música para existir. Ela é a nossa principal ferramenta de trabalho. Por isso, devido a grande importância que ela tem para o nosso ministério, há algumas coisas que devemos saber acerca dela:

O Poder da Música
A música, mais do que qualquer outra arte, exerce uma forte influência sobre a vida das pessoas. Vejamos:

a) A música é capaz de produzir sentimentos dentro de nós (ex.: alegria, tristeza, medo, etc.).
b) A música pode nos levar a diferentes tipos de reações (ex.: rir, chorar, ficar apreensivo, relaxar, etc.).
c) A música é capaz de influenciar o nosso comportamento (ex.: andamos mais rápido, produzimos mais, somos motivados a comprar determinado produto, etc.).
d) A música tem o poder de gravar mensagens em nossa mente para toda a vida (ex.: um casal de idosos que se lembram perfeitamente da letra da música que costumavam ouvir a 60 anos quando estavam ainda namorando, uma pessoa de 90 anos de idade que se lembra de uma música que aprendeu na sua infância, etc.).

Realmente, a música possui uma força que não pode ser ignorada. Em nosso caso, não podemos ignorar o poder da música na transmissão e consolidação de mensagens durante nossos cultos, encontros, acampamentos, etc. Sally Morgenthaler disse: “[...] com exceção do Espírito Santo, a música é o elemento mais poderoso do culto. Ela tem uma capacidade incrível de abrir o coração humano para Deus, tendo acesso mais rápido e mais profundo à alma, sendo mais permanente que qualquer outra forma de arte ou oratória humana”. Sem dúvida, a música é capaz de tocar pessoas de uma maneira que uma simples oratória não consegue. Além disso, a música também reforça e facilita a memorização das mensagens. Martinho Lutero já sabia disso. Não foi à toa que ele afirmou: “Sei que amanhã, segunda-feira, vocês vão esquecer o que eu estou falando agora no meu sermão. Mas os hinos que os faço cantar jamais vão ser esquecidos”.

e) Apesar de tudo isso, uma das mais poderosas influências que a música exerce sobre o ser humano é na formação do seu caráter. O filósofo Aristóteles disse: “a música tem o poder de formar o caráter”. E, ele tinha razão. Não é de se admirar a enorme depravação moral que a humanidade está vivendo em nossos dias, sem contar a grande onda de violência e o exagerado consumo de drogas e bebidas. Isso tudo se deve em grande parte a qualidade das músicas (letras) que a nossa geração está escutando. Mais do que em qualquer outra época, a música tem sido a principal comunicadora de valores para a geração de hoje. Ela tem moldado de forma significativa o nosso caráter, dizendo como devemos agir, pensar, nos comportar e ser. Por isso, se não usarmos a música para espalharmos os valores de Deus, os valores do mundo vão ter acesso ilimitado a nossa geração inteira.

NOTA: É importante sabermos que não existe música sagrada ou música profana. O que faz uma música ser sagrada ou profana é a letra contida nela, ou seja, sua mensagem, e não o seu estilo ou ritmo. É fácil entendermos este conceito. Por exemplo, quando você toca um Dó Maior, essa nota é sagrada ou profana? Nem uma nem outra. Você só saberá se esta nota é sagrada ou profana de acordo com a mensagem (letra) que ela está carregando.

Veículo de Expressão
Além de comunicar valores, produzir sentimentos e reações, influenciar o nosso comportamento e facilitar a memorização de mensagens em nosso cérebro, a música também é grandemente utilizada para expressar aquilo que ele sentimos (amor, alegria, desilusão, paz, etc.). Isto porque a música torna muito agradável a maneira de expressarmos nossos sentimentos. Em nosso contexto, a música, entre outras coisas, também é utilizada para expressar o que sentimos por Deus. Na verdade, a música na igreja é mais utilizada como veículo de expressão do que como ou para outra finalidade (outra função).

CUIDADO: A eficiência da adoração musical pode ser ameaçada mais perigosamente quando a emoção é reduzida a mero sentimentalismo (emoção superficial, ou emoção não baseada na realidade). Para o Cristão maduro a adoração exclusivamente emocional não é suficiente, ela precisa ser contrabalançada por outras partes, em que a mente esteja focalizada e ativa (1 Co 14:15).

Música como arte funcional
A música é, e deve ser considerada, como uma arte funcional, isto é, uma arte que tem uma finalidade prática e importante. A música não deve apenas servir como veículo de expressões humanas, ela também deve ser utilizada para ensinar, para comunicar, para encorajar, para reaproximar, para lembrar, entre outras coisas. Efetivamente, a música na igreja dever ser encarada como arte funcional e julgada pela maneira como ela cumpre ou não a sua melhor função. Ela é arte que é dedicada ao serviço de Deus, à edificação da igreja e ao louvor e adoração do Senhor. Sendo assim, a música não deve ser usada para preencher espaço no culto, mas para cumprir uma função.

          Preferência Musical
A música é um assunto que divide, separa gerações, regiões do país, tipos de personalidades e até mesmo membros da mesma família. Isso se deve a dois fatores:

Primeiro, a intimidade que cada pessoa tem com um tipo de música está em grande parte relacionada ao contexto cultural em que essa pessoa cresceu. A linguagem musical de uma cultura pode ter significado maior, menor ou diferente para diversos indivíduos naquela sociedade, e poderá ter pequeno ou nenhum significado para as pessoas que estejam fora daquela cultura. Por exemplo, uma música africana dificilmente terá algum significado para uma pessoa que nasceu e cresceu no Japão, e vice-versa. 

Segundo, cada pessoa tem uma forma diferente de perceber a música e, nenhum estilo de música provoca em todas as pessoas o mesmo sentimento. Por exemplo, uma pessoa que tem afinidade com música clássica dificilmente será tocada por uma música do tipo Heavy Metal. O mesmo acontece com uma pessoa que gosta de música Sertaneja, dificilmente ela será tocada por uma música do tipo Jazz. Por este motivo, é muito importante termos em mente, que é impossível agradar o gosto musical de todas as pessoas, e que também, independente do estilo de música que usarmos em nossos cultos, atrairemos e manteremos determinados tipos de pessoas e perderemos outras.

Sendo assim, podemos afirmar que não existe um estilo “certo” de música para louvarmos e adorarmos a Deus em nossos cultos. Deus se agrada de todos os estilos. Entretanto, temos que ter muita sabedoria, discernimento e sensibilidade ao introduzirmos ou ao utilizarmos um novo estilo de musica dentro de nossas igrejas; pois, determinados estilos musicais, inevitavelmente, nos fazem associá-los a determinadas cenas ou práticas. Por exemplo, se tocarmos uma música no estilo Funk no culto, o que isso traria a mente das pessoas? Com certeza a imagem de um baile Funk com todas as suas depravações, e isso, consequentemente, faria com que a igreja perdesse a concentração ou desviasse o seu foco de Deus. Por este motivo, ao utilizarmos um determinado estilo de música na igreja, precisamos colocar em prática o princípio ensinado por Paulo: “Todas as coisas são lícitas, mas nem todas convêm; todas são lícitas, mas nem todas edificam” (1 Co 10.23).

Publicado em: 19/7/2004
Por: M.Giovani Bianchini
Líder e Dirigente do Grupo de Louvor
giovanibianchini@yahoo.com.br
IPB Central São Carlos-SP
São Carlos / SP

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